quarta-feira, 1 de julho de 2009

Última Tarefa


Depois de sofrermos com o stand-up no saguão da Famecos, agora teremos de apresentar um programa de TV ao vivo durante 20 minutos. Amanhã, às 8h30, entrevistaremos o professor Luciano Klocner por 10 minutos e, em seguida, faremos um debate também por 10 minutos. Nós duas seremos da parte da entrevista, e na segunda metade tentaremos nos fazer úteis controlando alguma das câmeras ou cuidando o tempo.
Levando-se em conta a tensão do momento, acredito que eu não tenha ido tão mal semana passada. Estava nervosa, mas sabia bem o texto e me atrapalhei um pouco apenas no início. Infelizmente, cheguei atrasada na aula seguinte e acabei não conseguindo assistir à minha performance. Mas estou confiante de que nos sairemos bem amanhã, até porque tudo é melhor em grupo. Qualquer erro, um pode salvar o outro. Além disso, somos apenas calouros. Embora não por muito mais tempo- essa é a nossa última tarefa não apenas da cadeira de Laboratório de Jornalismo, como também de todo o semestre.
Por todo o carinho e paciência de nossos professores Fábian e Pellanda, não importa o resultado do programa de amanhã, sei que (perdoem o chavão) fecharemos com chave de ouro.
Débora Fogliatto

Que responsa parte 2

Aproveitando o gancho da Carol, queria dizer também algumas palavras sobre a nossa última leitura para essa semestre, o livro A Sangue Frio de Truman Capote.
Eu tinha grandes expectativas a respeito do livro, e ele não me decepcionou. Muito pelo contrário, o que eu imaginava ser uma obra puramente investigativa se revelou uma narrativa sensível, criativa e diferente de tudo o que eu já havia lido. Isso tudo porque o autor consegue falar do assassinato de uma família, descrevendo a brutalidade dos tiros
de metralhadora e, ao mesmo tempo, provocar nos leitores uma extrema compaixão pelos criminosos.
Abaixo segue minha resenha, pois não consigo expressar melhor do que fiz nela minhas opiniões a respeito do livro.

OS BONS VILÕES DE CAPOTE
Em seu mais conhecido livro, Capote quebra os padrões ao retratar com compaixão dois criminosos responsáveis pela chacina de uma família no interior dos EUA

A Sangue Frio, livro de maior prestígio do escritor americano Truman Capote e um dos mais famosos do século XX, é também um clássico do jornalismo literário. A obra, originalmente uma reportagem da revista The New Yorker dividida em quatro partes, é considerada pelo autor como um “romance de não-ficção”. A narrativa começa descrevendo a pequena cidade de Holcomb, no oeste do Kansas, EUA, e a família Clutter, uma das mais prósperas da região. O tema central da reportagem seria o homicídio dos Clutter, ocorrido em 15 de novembro de 1959. O autor passou seis anos apurando sua história, que conta desde um dia antes à morte de Herbert, Bonnie, Nancy e Kenyon Clutter até a execução dos assassinos, em 1965.
Para escrever sua matéria, ele contou com nada mais do que uma incrível capacidade de memória e osbservação. Conquistou a confiança e a amizade dos criminosos- há quem diga que Capote, homossexual assumido, se apaixonou por um deles. Perry Smith e Richard Hickock são retratados no livro como dois adultos com uma história difícil que cometeram um grande erro, apesar de eles próprios não assumirem a magnitude de seu crime. Embora não peça pelo perdão dos leitores, Capote explora o lado mais humano dos assassinos, e inclusive deixa uma dúvida implícita sobre a sexualidade dos dois. Além de descrever com detalhes as paisagens, a cidade de Holcomb e até mesmo a personalidade de seus habitantes, o escritor dá a impressão de ter conhecido a falecida família. Ele narra o dia anterior à sua morte, e caracteriza com precisão cada uma das vítimas, pessoas honestas e corretas, cuja boa índole traz ao leitor um sentimento de injustiça perante as atrocidades do assassinato. Contudo, o livro se foca principalmente na trajetória dos assassinos, nos motivos que os teriam levado a cometer o crime e nas investigações do detetive Alvin Dewey. A busca pelos culpados é intercalada com as tortuosas histórias de vida dos dois (principalmente de Perry), que expõem a infância, a entrada no universo delinqüente, a primeira estadia na cadeia, e culminam na captura, confissão, julgamento, permanência de cinco anos no Corredor da Morte e execução dos criminosos.
O risco de apresentar o lado bom e sensível de duas pessoas consideradas terríveis para a maioria da população norte-americana da época não pareceu inibir Capote, que deixa para o leitor a dúvida: a pena de morte é ou não algo positivo? Ao contar as biografias de Dick e Perry, ao narrá-los com emoção e ternura, o escritor transforma os vilões em protagonistas de uma triste história. A ambigüidade dos criminosos talvez seja o que torna o livro intrigante: por um lado, o autor conta o sofrimento dos assassinos, como uma maneira de redimi-los pelo assombroso crime que cometeram. Por outro, não deixa de condená-los não por apenas terem tirado a vida de uma família de inocentes, mas principalmente por o terem feito a sangue frio.
Débora Fogliatto

Fábian e Pellanda atacam novamente

Pois é, mais uma vez nossos professores designaram uma tarefa árdua para nós, meros principiantes no jornalismo. O desafio era escrever um boletim para gravarmos frente às câmeras. E lá fomos nós, pequeninos e indefesos, enfrentar o bicho de sete cabeças que é a tal da câmera. Foi um desastre, pelo menos pra mim. Sempre tem aqueles talentos natos, mas esses não são parâmetro. Se fossem, teríamos ímpetos de aposentadoria precoce.
Escrevi meu texto sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão (decreto absurdo, diga-se de passagem). E eu, na maior inocência, resolvi colocar citações. Pra quê, né? Só pra complicar. Uma citação em especial, tomou-me muito tempo, e mesmo assim não saiu conforme o planejado. Assim como todo o resto. Deixei a desejar, li praticamente o tempo inteiro. Preocupada com o resultado final, pedi ao Fábian para refazer o take. Então, os professores fizeram a gentileza de permitir que os alunos insatisfeitos com o seu desempenho repetissem a gravação.
A segunda tentativa foi um tanto mais bem-sucedida. Olhando pra câmera, citações bem feitas, tudo corria tranquilamente. Foi na última frase, a mais fácil de todas, que eu me enrolei. Repeti a frase quatro vezes até acertar. Depois que terminei, o professor Pellanda disse que deveria ter dito “perdão” e prosseguido. Vivendo e aprendendo. Essa é a moral dessa cadeira, por isso se chama Laboratório de Jornalismo, um local para realizar experimentos. Foi aqui que demos nossos primeiros passos em direção às nossas, esperamos que brilhantes, carreiras. Obrigada aos professores Fábian Chelkanoff e Eduardo Pellanda por compartilharem seus conhecimentos e guiarem-nos rumo ao nosso futuro.
Carolina Beidacki

Que responsa.


Aula vai, aula vem e sempre recebemos novas sugestões de leitura ou de filmes para ver, na maioria das vezes é mais uma ordem do que uma sugestão, mas enfim, a gente acata. Dessa vez, o professor Juan Domingues pediu que lêssemos A Sangue Frio, obra prima de Truman Capote que revolucionou o jornalismo. Após a leitura tivemos que escrever uma resenha sobre o livro. A responsabilidade era grande, não só por ser uma obra de tamanha importância, mas porque afetaria minha nota também.
Dando uma de Dostoiévski
Foi 15 de novembro de 1959. Halcomb, Kansas. Um surto de insanidade dominou Perry Edward Smith e Richard Hickock. A notícia de um crime contra a família de um fazendeiro local disparou a criatividade de Truman Capote. E dali, nasceu a obra que, alguns anos mais tarde, revolucionaria o jornalismo. A Sangue Frio transparece o talento deste autor, que busca no impacto das palavras a catapulta para um grande sucesso.
Capote, sempre muito sagaz, arquitetou uma trama de tirar o fôlego, deixando pouco espaço para críticas. Num livro intitulado A Sangue Frio, um tanto contraditório, Truman Capote humaniza os assassinos. Será que ele fez de propósito? Bem, intencional ou não, o que importa é que deu certo. O sucesso fez com que a obra deixasse sua marca na história do jornalismo e provocasse grandes debates.
Entre visitas ao local do crime, investigações, entrevistas e aproximação dos assassinos, Capote dedicou quase sete anos de sua vida no desenvolvimento do livro que ele mesmo considerou sua obra-prima. Essa apuração, porém, gera certa polêmica: Truman Capote não fez uso de gravadores, nem sequer de uma caneta. Assim, a crença na veracidade dos fatos do livro fica a mercê da boa vontade do leitor.
Capote, num ataque de Dostoiévski, descreve os acontecimentos nos mínimos detalhes fazendo com que o leitor mergulhe numa realidade de crime e castigo tão intensa que ele se sente parte dela. Página após página, revelação após revelação, o fenômeno de Truman conquista o leitor e não o deixa abandonar o livro nem para uma fugidinha ao toalete.
Carolina Beidacki

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre o alucinado ofício do jornalismo


"Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade.
Ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida.
Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso.
Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel García Márquez



"Por mais que soe ingênue, pueril e até mesmo fora de moda, afirmo que o dever número um do jornalista é com a verdade- mesmo que ela não seja algo claramente identificável.
O dever número dois é com o jornalismo independente.
O número três é com os cidadãos. Não se deve ter vergonha de tomar partido deles.
O quarto dever do jornalista é com sua própria consciência."

Ricardo Noblat, A arte de fazer um jornal diário

quinta-feira, 28 de maio de 2009

"SERÁ QUE CHOVE?"


Semana passada, o desafio era fazer um programa de rádio. Assim mesmo, sem nunca ter feito nada do gênero. Os "radialistas" responsáveis pelo programa eram Carolina Beidacki, Fábio Viecili, Géssyca Agnes, João Henrique Willrich, Júlia Rombaldi, Marco Antônio Souza, Natália Otto e Pedro Faustini. Débora Fogliatto também faz parte do grupo, apesar de não ter apresentado o programa pois não pode estar presente.
Na quarta-feira, dia anterior à transmissão, nos reunimos para decidir como seria o programa. Num surto criativo, escolhemos o nome: "Será que chove?". Uma ironia devido à dificuldade inicial de encontrarmos os assuntos a serem abordados. Enfim optamos por um fromato diferenciado: um programa de debates. Cansados de sermos bombardeados diariamente por informações, escolhemos apenas três temas a serem discutidos no programa: o fechamento da base naval de Guantánamo, a adesão do Enem como avaliação para ingresso nas universidades federais e as especulações sobre o fim do jornalismo impresso.
O nosso âncora, Marco, já experiente na área, por ser integrante da radiofam, iniciou o programa e apresentou os outros componentes. Ao longo da transmissão, tudo corria tranquilamente, até que um momento tenso tomou conta do estúdio. De acordo com os planos, deveríamos abordar o tema das cotas juntamente com o Enem. No entanto, por alguma razão que desconhecemos, as cotas simplesmente desapareceram da pauta! Foi um silêncio que, apesar de ter durado apenas alguns segundos, pareceu uma eternidade. Pedro, corajosamente, se manifestou, gerando uma nova rodada de discussões.
O "Será que chove?" foi o último programa da turma a ser broadcasted (que chique, né?) naquela manhã e teve a duração de vinte minutos. Confira na íntegra o "Será que chove?" do dia 21 de maio, seguindo este link.


Os tropeços de Yeda

Segundo pesquisa do Instituto Datafolha publicada em 25 de Março, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, tem uma aprovação de 17%, o pior índice entre os principais governadores brasileiros.
Em 2007, a suspeita de envolvimento da governadora na fraude no Detran gerou polêmicas. O PSOL afirmou ter tido acesso a fitas de vídeo e áudio que confirmariam a sua participação no escândalo. Outra acusação contra ela é a compra de uma casa, em 2006, para a qual teria, de acordo com a oposição, utilizado dinheiro não declarado. Segundo o Ministério Público, essa denúncia não tem fundamento.
Em maio, foi descoberto um sistema de escutas telefônicas ilegais no governo, denunciado por Adão Paiani, ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do RS. De acordo com as denúncias, Yeda saberia das escutas, que teriam sido utilizadas para realizar “pressão política” e chantagem dentro de seu governo. Mais tarde, a chefia do Ministério Público afirmou que as escutas acusadas de ilegais por Paiani haviam sido feitas com autorização judicial.
Apesar dos aspectos negativos, o déficit estadual igualou-se a zero, e a governadora garante que, até o final de seu mandato, todos os municípios do estado terão seus acessos asfaltados e 10 mil casas populares serão construídas.