quinta-feira, 28 de maio de 2009

"SERÁ QUE CHOVE?"


Semana passada, o desafio era fazer um programa de rádio. Assim mesmo, sem nunca ter feito nada do gênero. Os "radialistas" responsáveis pelo programa eram Carolina Beidacki, Fábio Viecili, Géssyca Agnes, João Henrique Willrich, Júlia Rombaldi, Marco Antônio Souza, Natália Otto e Pedro Faustini. Débora Fogliatto também faz parte do grupo, apesar de não ter apresentado o programa pois não pode estar presente.
Na quarta-feira, dia anterior à transmissão, nos reunimos para decidir como seria o programa. Num surto criativo, escolhemos o nome: "Será que chove?". Uma ironia devido à dificuldade inicial de encontrarmos os assuntos a serem abordados. Enfim optamos por um fromato diferenciado: um programa de debates. Cansados de sermos bombardeados diariamente por informações, escolhemos apenas três temas a serem discutidos no programa: o fechamento da base naval de Guantánamo, a adesão do Enem como avaliação para ingresso nas universidades federais e as especulações sobre o fim do jornalismo impresso.
O nosso âncora, Marco, já experiente na área, por ser integrante da radiofam, iniciou o programa e apresentou os outros componentes. Ao longo da transmissão, tudo corria tranquilamente, até que um momento tenso tomou conta do estúdio. De acordo com os planos, deveríamos abordar o tema das cotas juntamente com o Enem. No entanto, por alguma razão que desconhecemos, as cotas simplesmente desapareceram da pauta! Foi um silêncio que, apesar de ter durado apenas alguns segundos, pareceu uma eternidade. Pedro, corajosamente, se manifestou, gerando uma nova rodada de discussões.
O "Será que chove?" foi o último programa da turma a ser broadcasted (que chique, né?) naquela manhã e teve a duração de vinte minutos. Confira na íntegra o "Será que chove?" do dia 21 de maio, seguindo este link.


Os tropeços de Yeda

Segundo pesquisa do Instituto Datafolha publicada em 25 de Março, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, tem uma aprovação de 17%, o pior índice entre os principais governadores brasileiros.
Em 2007, a suspeita de envolvimento da governadora na fraude no Detran gerou polêmicas. O PSOL afirmou ter tido acesso a fitas de vídeo e áudio que confirmariam a sua participação no escândalo. Outra acusação contra ela é a compra de uma casa, em 2006, para a qual teria, de acordo com a oposição, utilizado dinheiro não declarado. Segundo o Ministério Público, essa denúncia não tem fundamento.
Em maio, foi descoberto um sistema de escutas telefônicas ilegais no governo, denunciado por Adão Paiani, ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do RS. De acordo com as denúncias, Yeda saberia das escutas, que teriam sido utilizadas para realizar “pressão política” e chantagem dentro de seu governo. Mais tarde, a chefia do Ministério Público afirmou que as escutas acusadas de ilegais por Paiani haviam sido feitas com autorização judicial.
Apesar dos aspectos negativos, o déficit estadual igualou-se a zero, e a governadora garante que, até o final de seu mandato, todos os municípios do estado terão seus acessos asfaltados e 10 mil casas populares serão construídas.

A metástase da crise

Em meados de 2007, uma turbulência atingiu o mercado imobiliário dos Estados Unidos. Com alta disponibilidade de crédito e juros baixos, o setor de imóveis recebeu um forte impulso por parte das instituições financeiras. Isso elevou o preço dos imóveis, causando a saturação do mercado e a indignação dos credores. Os financiamentos, no entanto, não eram utilizados apenas para comprar imóveis, ou seja, beneficiavam todos os setores da economia. Com isso, os americanos endividaram-se e deixaram de pagar os bancos. Para suprir a falta dos pagamentos, as instituições aumentaram as taxas de juros e o preço dos imóveis voltou a cair. Casos em que se pagava US$ 150mil por um apartamento que valia US$ 60 mil eram freqüentes e, consequentemente, a inadimplência tomou conta do mercado. A retenção de crédito – antes abundante – por parte dos bancos acabou por originar a crise econômica norte-americana, que se alastrou pelos demais países do mundo, inclusive o Brasil.
O principal efeito da crise no país é a dificuldade em obter dinheiro, em função da crise de confiança que se instalou nas instituições. Os bancos, em tempos de crise, têm medo de conceder empréstimo, deixando as grandes empresas, que dependem de financiamento, em dificuldades. Isso traz uma grave conseqüência para o Brasil, já que, sem crédito, as empresas deixam de investir, o que impede a geração de mais empregos e renda para o país, além de acarretar sucessivas demissões de funcionários. O mercado de ações encontra-se em um ciclo vicioso e aparentemente sem fim: os acionistas, com medo da crise, esvaziam as bolsas de valores – consideradas investimento de risco -, principalmente as dos países emergentes, como o Brasil. Investidores estrangeiros, endividados, venderam seus papeis para cobrir as perdas em outros países. As empresas nacionais, deste modo, ficam sem dinheiro para investir e a crise se expande. Os setores automobilístico, imobiliário e de bens de consumo foram os mais prejudicados pela crise financeira, devido ao fato de serem ligados a financiamentos.
O Fundo Monetário Internacional divulgou no mês de abril deste ano uma estimativa do custo da crise. A previsão supera os 4 trilhões de dólares, considerando-se a crise no período desde entre 2007 e 2010. Instituições, como a Organização das Nações Unidas (ONU), também devem ser prejudicadas pela crise econômica. No caso da ONU, as doações – que vinham crescendo nos últimos anos – devem sofrer uma queda considerável, o que prejudicaria seriamente a realização de projetos de cunho social da instituição.

Carolina Beidacki e Filipe Garcia

quinta-feira, 14 de maio de 2009

"Posso entrar na de política?"


Quando o professor Fábian perguntou de qual editoria gostaríamos de participar, a princípio fiquei meio perdida. Escreveria sobre qualquer tema que me fosse pedido, mas era difícil dizer qual era o meu preferido. Meio que por impulso, me vi com a mão levantada dizendo: "Posso entrar na de política?". Já haviam quatro pessoas nessa editoria, e com certeza as de cultura e mundo lotariam. Como sempre foi algo que me interessou, apesar de não saber muito sobre o assunto, resolvi arriscar. No primeiro dia, tivemos que fazer a pauta, decidimos o que teria mais importância e qual o estilo de página que seria utilizado. Selecionados os temas, cada pessoa ficou encarregada de um (com exceção da entrevista, que foi feita por dois colegas).
Optei por escrever sobre o governo Yeda, não por ser uma grande entendedora do assunto, mas principalmente porque estavam acontecendo passeatas exigindo a sua renúncia e o ocorrido me intrigava suficientemente para render uma boa matéria.
No mesmo dia, comecei a pesquisar e a coletar as informações mais importantes. O tema, como eu logo percebi, é bastante polêmico, e os acontecimentos, bastante numerosos. Infelizmente, os 1150 caracteres disponíveis para a reportagem pareceram insuficientes para dizer tudo o que eu queria. Tive, então, que resumir o máximo possível, e selecionar o mais importante. Essa foi, talvez, a parte mais complicada do processo. Além disso, como o jornal só seria impresso quase dois meses depois de escrevermos, a reportagem não poderia ser completamente focada no momento, o que também não foi fácil. No entanto, isso acabou me ajudando a escolher as informações principais. Consegui, após alguns ajustes dos professores, encaixar nos caracteres um texto bastante razoável.
Como início de carreira não é fácil para ninguém, muito menos para um jornalista, considero essa uma experiência e tanto. Por mais que a matéria seja publicada apenas no pequeno jornal da cadeira, o simples fato de saber que várias pessoas vão ler (e não apenas o professor, como acontece na maioria das reportagens que escrevemos) fez com que eu fosse ainda mais cautelosa e responsável a respeito do que escrevi. Percebi, com esse trabalho, que, com concentração e esforço, posso aprender- e escrever- sobre qualquer assunto.
Débora Fogliatto

Quem vai ter coragem?

Como a Débora já disse, eu decidi fazer parte da editoria de economia do jornal. Eu não fazia ideia do que me esperava. Vou lhes contar do momento em que tomei esta decisão fatídica.
Eram oito horas da manhã quando os professores Fábian e Pellanda iniciaram a aula, informando-nos que faríamos um jornal. Sim, um jornal mesmo, completo, com editorias e tudo. Tivemos a oportunidade de optar em qual dos setores gostaríamos de trabalhar e, obviamente, as áreas mais requisitadas foram de esportes e de cultura. E eu havia, por sorte, garantido minha vaga na editoria de esportes. Até que chegou a hora de preencher as lacunas que haviam sido deixadas na editoria de economia.
O professor Fábian, me lembro perfeitamente, disse: "Quem vai ser corajoso o suficiente para acompanhar os colegas da editoria de economia?". Eu, num momento de insanidade, levantei o braço, me candidatando. E não podia mais voltar atrás. Então, me reuní com o grupo para decidir as pautas, que deveriam estar prontas no mesmo dia. Imediatamente, a crise econômica foi o primeiro assunto definido e eu, juntamente com Filipe Garcia, fiquei responsável por esta matéria.
As dificuldades começaram pelo caráter atemporal que o texto deveria ter, porque o jornal seria impresso apenas em julho e seu conteúdo teria que permanecer atual por um semestre. Mas como nos propusemos ao desafio, encaramos. Foram horas tentando entender o que estava acontecendo com a economia e, acreditem, não foi fácil. Até porque explicar algo de tamanha complexidade em apenas 2500 caracteres é muito difícil. Pode parecer muito espaço, mas não se enganem, não é. Finalmente, depois de escrever e reescrever, cortar e aumentar, apagar e corrigir, terminamos a nossa matéria e com muito orgulho.
Tanto sofrer para escrever essa reportagem, me fez parar para pensar no que me levou a me candidatar para a vaga tão evitada por todos. Refletindo percebi que, inconscientemente, optei por essa área que me causa tanta aversão por um simples motivo: se eu conseguir escrever para a editoria de economia, que não me atrai nem um pouco, terei a confirmação de que escrever para editorias que eu goste, como cultura, mundo ou esporte, será muito mais fácil e prazeroso.
Apesar de ter plena consciência de que muitas das oportunidades que terei, especialmente no inícia da minha carreira, não serão as de minha preferência.
Carolina Beidacki.